"Sei meditar, sei jejuar, sei esperar (Hesse)

domingo, 13 de julho de 2008

Vir a Ser





Eu procuro por mim.

Eu procuro por tudo o que é meu

e que em mim se esconde.

Eu procuro por um saber

que ainda não sei,

mas que de alguma forma já sabe em mim.

Eu sou assim...processo constante de vir a ser.


O que sou e ainda serei

são verbos que se conjugam

sob áurea de um mistério fascinante.


Eu me recebo de Deus e a Ele me devolvo.

Movimento que não termina

porque terminar é o mesmo que deixar de ser.


Eu sou o que sou na medida em que me permito ser.

E quando não sou é porque o ser eu não soube escolher.




Pe. Fábio de Melo

Livro: Quem me roubou de mim?

O inacabado que há em mim

O texto abaixo foi extraído do blog do Pe Fábio de Melo. Um belíssimo texto em que pude visualisar a mim mesma. E assim penso que somos todos... um rascunho da obra ainda inacabada.

Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina.
Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.
O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber.
O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos. Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil. Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão.
Eu sou inacabado. Preciso continuar. Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida.
A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.

http://www.fabiodemelo.com.br/blog/

sábado, 12 de julho de 2008

A vida Secreta das palavras


... Silêncio, Dor, Poesia, História, Amor, Guerra, Esperança...
I´ll learn to swim, Hannah.



A Vida Secreta das Palavras (La Vida Secreta de Las Palabras - Espanha/2005)

Segundo a realizadora, é um filme: "sobre o silêncio repentino que antecede uma tempestade, e acima de tudo, sobre o poder do amor, mesmo nas mais terríveis circunstâncias".
A vida secreta das palavras nos deixa sem palavras.
Um belissimo filme.
Josef: I thought um, you and I, maybe we could go away somewhere. Together. One of these days. Today. Right now. Come with me.
Hanna: No, I don't think that's going to be possible.
Josef: Why not?
Hanna: Um, because I think that if we go away to someplace together, I'm afraid that, ah, one day, maybe not today, maybe, maybe not tomorrow either, but one day suddenly, I may begin to cry and cry so very much that nothing or nobody can stop me and the tears will fill the room and I won't be able to breath and I will pull you down with me and we'll both drown.
Josef: I'll learn how to swim, Hanna. I swear, I'll learn how to swim.


domingo, 6 de julho de 2008

À beira do colapso.



Acordei sem inspiração. Estou à procura de um tema para a minha monografia. Realmente não sei o que fazer. Experimento várias possibilidades de temas, porém nenhum me agrada.

Literatura Africana, Literatura Brasileira, Poesia, Cultura Popular, Marginalidade, enfim... tudo vêm e tudo passa.

Será que esse é o primeiro passo para a loucura. Desse jeito, como chegar à um Mestrado. Ai meu Deus. Já estou enfartando na graduação.

O pior, é que não tenho muito tempo para fazer, então vai ficar aquele típico trabalhinho de merda, feito nas coxas, sabe?

Não, vira essa boca pra lá!


Bom, o dia ainda não terminou. Ainda resta um fio de esperança.