"Sei meditar, sei jejuar, sei esperar (Hesse)

domingo, 21 de setembro de 2008

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"É uma pena a senhora andar por aí fatigando seus olhos pelo mundo. Devia era, logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa as rugas."

Mia Couto

Onde os Fracos não tem vez




"(...)É que todo o tempo que você gasta tentando recuperar o que lhe foi tirado, outras coisas saem pela porta(...)."

Um filme ganhador de 04 oscars. Eu esperava outro tipo de filme. Não imaginaria esse filme (se o tivesse visto antes do Oscar) como um dos selecionados. Não é típico dos filmes hollywoodianos.
Pode ser considerado um clássico. Diálogos absurdamente fortes e simbólicos. Personagens caricatos da sociedade. Aula de antropologia.

A primeira vez que eu assisti, pensei: "Bom, e aí?", com uma boca entreaberta, esperando alguma coisa acontecer.Posso dizer que o filme é tudo aquilo que ele não é, ou seja, deve ser entendido nas entrelinhas. Fuja do óbvio. Ao menos foi assim que eu pensei ao assistí-lo uma segunda vez. E deu certo.

O Médico e os Monstros




Assisti três vezes o espetáculo "O médico e os Monstros" em cartaz no Teatro Popular do Sesi como o grupo LaMínima. Não que eu não tivesse nada para fazer no sábado à tarde, mas eu realmente me diverti com os atores, e o melhor, é de graça.
Particularmente adorei. Engraçada, envolvente, e nos leva a conhecer o romance escocês de Robert Louis Stevenson - O Médico e o Monstro.
Apesar do humor reinante na peça, sempre existe as reflexões, todo nós temos um lado bom e um lado mal. Sublimamos nossa maldade para vivermos em sociedade, como diz meu caro Dr. Jackill, mas temos sempre lá no fundo o desejo de soltar os monstros profundos, bem parecidos com o Dr. Hyde.

Vale parafrasear: De médico e de “monstro” todo mundo tem um pouco.

"O respeitado médico Henry Jeckyll procura a fórmula que isola o mal da alma. Acaba por provocar o surgimento de Edward Hyde, um ser repulsivo que não hesita em praticar as piores maldades contra os outros. Entre o médico e o monstro, que mora em sua alma, circulam personagens como a doce Emily, a assanhada Charlotte, o criado Poole, o advogado Utterson e o político Lanyon.

Ao longo da comédia, os personagens revelarão seu lado oculto, mostrando que mal e bem coexistem em todo homem."

Local: TEATRO DO SESI - SÃO PAULO
Temporada De 23/08 a 14/12
Sábados e domingos, às 16h
Duração: 75 minutos
Gênero: Comédia

Nascidos em Bordéis



Nascidos em Bordéis (Born Into Brothels: Calcutta's Red Light Kids) é um documentário, ganhador do Oscar 2005(melhor documentário), um filme emocionante que permanece preso dentro da gente.

Ele trata do trabalho da fotógrafa Zana Briski, no Distrito da Luz Vermelha em Calcutá - India, que após realizar um trabalho com as prostitutas do local, decide dar aulas de fotografia para um grupo de crianças nascidas nesses bordéis. O forte apego emocinal, e a tentativa de proporcionar algo novo e benéfico na vidas dessas crianças, fez com ela se propusesse a conseguir escolas para essas crianças terem um futuro diferente deste já meio que premetitado: as meninas prostitutas, os meninos, trabalhos desumanos. Existe um forte preconceito contra essas crianças que já, notadamente por todos, tem um futuro esfacelado, e porque não dizer, um não futuro.



As falas das crianças são emocionantes. Elas já sabem o fardo que carregarão. E sabem o fardo que carregam. Mas mesmo assim, são crianças. Possuem olhar de criança.
Comparo a realidade dessas crianças indianas com as crianças que vemos todos os dias nas ruas à esmolar aqui em São Paulo e nos grandes centros urbanos.
Muitas vezes, o que falta é oportunidade, uma mão que dê um empurrãozinho, como a fotografa Zana, Tia Zana como eles chamam. Porém, o que vemos durante o documentário não é somente isso, outras forças agem sobre essas situações. Burocracia, a família (que se porta como uma não família).

Vale a pena assistir, e tirar as próprias conclusões.