"Sei meditar, sei jejuar, sei esperar (Hesse)

domingo, 16 de março de 2008

Viver é perigoso



“Viver é realmente muito perigoso...”

Não sei Riobaldo, se viver é realmente muito perigoso, mas começo a que questionar sobre esse fato, agora com mais intensidade.


Já viu a formação de uma tempestade? Você sabe que ela vem, mas o dia continua claro e, quando menos se espera, a escuridão chega, leva o dia claro, leva o sol quente. Rajadas de vento e frio... muito frio.
Sentada, vi a tempestade se aproximar, sabia que ela chegaria, pensei que poderia evitá-la. Mas quem pode evitar uma tempestade? Eu poderia ter evitado.
O vento levou o que eu tinha (será que ainda tenho), algo que acreditava que seria especial. Seria ilusão?
O fato é que despedacei o que não era pra ser despedaçado. Abracei o vazio em mim, e agora estou procurando no vento, esperando que volte o que foi levado, assim como os sapos que se vão no tornado, e mais dia menos dia, voltam... chuva de sapos.

Agora fica assim, agora fico assim:
Olhando, suspirando, lembrando,
como uma idiota, esperando algo acontecer,
uma chuva cair, o céu se abrir,
e dela despencar...
sabe-se lá o que.

Desafio




Fui indicada para responder a um questionário chamado "meme", pois bem, não sei o que significa meme, mas resolvi responder às perguntas propostas pelo DIOM, um recente conhecido da net.

Perguntas:


1 - Por que resolveu criar o blog?

Resolvi criar o blog para expor minhas poesias, idéias, para habituar-me ao fato de mostrar os meus trabalhosou o trabalho de pessoas que admiro.


2 - O que te dá mais prazer em blogar?

O maior prazer além do fato de "blogar", é saber que algum texto, alguma frase, fez sentido para alguém em algum instante,e que, apesar de não ser a intenção, pode-se ser transparente através dos textos.


3 - Há algo que te irrite no mundo dos blogs?

Bom, ainda não.


4 - Porque você deu este nome ao seu blog?

Caminho do Meio é o caminho pelo qual passamos a vida toda procurando percorrer...Nem positivo, nem negatico... sempre o meio... equilíbrio sempre.O avesso é a nossa vida, nossos relacionamentos (pelo menos a minha e os meus) às avessas de tudo.


5 - Quanto tempo por dia você gasta com seu blog?

Não tem um período exclusivo, quando quero, eu "posto".


6 - Indique um blog que você considere bom e explique o porquê da escolha.

Ah meu, todos os blogs da minha lista são bons.


7 - Qual foi o tempo máximo que ficou sem criar novos posts desde que você criou o blog?

Nossa, acho que foram mais de seis meses..kkkkAbandonei totalmente...


8 - Já teve vontade de abandonar o blog? Por que?

Já deixei-o abandonado por um bom tempo, falta de tempo, falta de motivação, sei lá, muitas coisas aconteceram...rsrs


9 - Indique um livro, um filme e um disco.

Indicar UM é complicadíssimo, mas vamos lá, indico o livro "A garota das laranjas" Jostein Gaarder, escritor norueguês,este livro fala do conto de fadas que existe em cada vida, mas que não percebemos, uma trama muito bem elaborada, queprende a atenção do começo ao fim.Seguindo a mesma linha de "conto de fadas" indico "O fabulos destino de Amelie Poulain - a vida é mesmo maravilhosa, dependedo seu ponto de vista.Um disco??? CD serve? rs, indico o CD das músicas que estou escutando atualmente:


Janis Joplin - Maybe

Nando Reis - Sim, A menina e o passarinho, Espatódea

Jack Johnson - Times like These

Joss Stone - Tell Me What We're Gonna Do Now

Norah Jones - Nathingale

Macy Gray - I try

Ney Matogrosso - Sangue Latino

Legião Urbana - Metal Contra as Nuvens, Sereníssima, Andrea Doria

Helena Elis - Lugares Proibidos

Tema do filme Amelie Poulain - La valse D'Amelie

Tema do filme o Carteiro e o Poeta - The postman

Carlos Varela - Una palabra

Maná - Cuando los angeles lloram

Los Hermanos - (ai ai, todas)

Teatro Mágico - Realejo

Flogging Molly - If I ever leave this world alive

Zeca Baleiro - Por onde andará Stephen Fry, Telegrama.

Laura Pausini - Seamisai

U2 - With or Without you, Elevation


Pronto já achei dentre os que eu gosto: Los Hermanos - VENTURA.


10 - O que acha desse tipo de meme?

Bom, me lembra aqueles cadernos antigos de enquete que fazía quando adolescente. Apesar de ser um tanto quanto "piegas" é interessante poder deixar impressões (boas ou más) nas pessoas.
Vale lembrar que as perguntas do Diom são melhores, ou melhor elaboradas que as do Felipe, kkkk, Guerra dos Cem anos????Rei George VI????


Bom, respondi as perguntas, mas comentar todos os posts do Diom é sacanagem né... kkkkk.

Prometo comentar todos os que vierem... rsrs

Vou plagiar seu desafio OK?



Blogs escolhidos:


Idéias Avulsas...



Eu com um pouco do meu Eu mesmo



Dia de todos os pássaros





Agora as minhas perguntas:
1 -Por que resolveu criar o blog?
2- O que te dá mais prazer em blogar?
3- Por que você deu este nome ao seu blog?
4- Diga um escritor, músico ou "alguém", com quais as idéias você se identifica.
5- Indique um blog que você considere bom e explique o por que da escolha.
6- Ler ou escrever, escutar ou falar, receber ou dar? Porquê?
7- Onde está DEUS em sua vida?
8- Viver é realmente algo muito perigoso?
9 - Indique um livro, um filme e um disco.
10 - O que acha desse tipo de meme?


Desafio: comentar todo os posts do meu blog.

Opção: ignorar (pois ninguém merece sentir-se forçado a fazer algo).

Mantenha seus olhos abertos

A profecia Celestina
(Celestine Prophecy, The, 2006)
Gênero: Aventura
Origem: Estados Unidos
Duração: 99 minutos

Sinopse: Um antigo manuscrito é encontrado nas florestas peruanas, contendo nove visões que a humanidade precisa conhecer. Um homem se aventura para o alto das montanhas dos Andes para compreender o significado contido nestas nove visões. Baseado no best seller homônimo de James Redfield.



Bom, após ver o filme descobri que ele foi baseado em um livro "A Profecia Ceslestina" de James Redfield. Agora estou tentada, quero lê-lo.
Após uma pesquisa básica no guru dos gurus "google", encontrei um site http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2004/11/profecia_celest.html, que falava do livro, antes mesmo dele se tornar filme.
Vale a pena, assistir ou ler o livro (é melhor ler o livro primeiro). Esoterismo à parte, faz-nos entender que - pelo menos para mim - a vida não é só isso que vemos.



"Na primeira visão temos a consciência de que não há coincidências. Somos chamados a prestar atenção a tudo o que acontece, todas as sincronicidades. Quantas vezes já não exclamamos: "Que coincidência!" ? É como se estivéssemos em determinada sintonia e, nela, ouvíssemos tudo o que estivesse tocando. Não necessariamente com os ouvidos. Parece que quanto mais tempo sintonizados, mais forte é a música que escutamos, mais freqüentes se tornam as sincronicidades.
"Ao nos conscientizarmos da coincidência estamos nos sintonizando com o mistério do princípio fundamental da ordem no universo"

A segunda visão é como que um prolongamento da primeira. Observamo-nos dentro de um contexto histórico, as coincidências querem nos mostrar algo.

"A Segunda visão é a consciência de que nossa percepção das misteriosas coincidências da vida é uma ocorrência histórica significativa"

O Universo é pura energia. A Terceira Visão nos passa a idéia de que tudo é energia e nós somos co-criadores, mediante nossos pensamentos, dessa energia. Ensina que, ao admirarmos a beleza, seja na natureza ou pessoas, ao nos esforçamos para ver o belo em tudo, elevamos nossa energia, como se a consciência da energia a fizesse aumentar.

"Quando nos transferimos para uma vibração mais alta, as mensagens tendem a chegar mais rapidamente. Quando usamos nossos dons e habilidades com a intenção correta, as coisas vêm até nós"

A Quarta Visão trata da competição que há entre nós, pela energia, mesmo inconscientemente.
"A Quarta Visão é a consciência de que os seres humanos, com freqüência, rompem sua ligação interior com essa energia mística. Em decorrência disto, temos tido a tendência de nos sentirmos fracos e inseguros, e com freqüência procuramos nos reerguer sugando a energia de outros seres humanos".

"A Quinta Visão é a experiência da ligação interior com a energia divina, e como ela expande nossa perspectiva de vida"

A Sexta Visão retrata os dramas de controle, ou seja, as artimanhas que podem ser usadas para adquirir energia de outrem. Há o intimidador, o distante, o interrogador e o coitadinho de mim (vítima). São posturas adotadas pelas pessoas, predominando, geralmente, uma dessas sobre as demais. Esses dramas de controle se baseiam no medo - que é energia negativa - e, quando nos conscientizamos do nosso, temos a chance de transformá-lo, combatê-lo, fortalecendo a nossa ligação com a energia interior.

"A Sétima Visão é a conscientização de que as coincidências têm nos conduzido o tempo todo à realização da nossa missão e à busca da nossa questão vital básica". Devemos entrar na corrente, fazendo o que gostamos, seguindo a intuição.

"A Oitava Visão é a consciência de que a maior parte das sincronicidades tem lugar através das mensagens que nos são trazidas por outras pessoas e que uma nova ética espiritual com relação ao semelhante estimula essa sincronicidade".

"A Nona Visão é a consciência de como a evolução se dará se vivermos as outras visões. (...) À medida que a evolução prosseguir, o crescimento sincronístico elevará nossas vibrações ao ponto em que penetraremos na dimensão da vida após a morte, fundindo essa dimensão com a nossa e encerrando o ciclo nascimento/morte".

domingo, 2 de março de 2008

...


Samsara



Sinopse:

Tashi é um jovem monge tibetano que, após passar três anos em reclusão meditando, é resgatado por seus companheiros, que o ajudam a retornar ao monastério. No caminho, ele vê escrito em uma pedra "como impedir que uma gota d'água desapareça ao sol?". De volta à vida religiosa, Tashi se encanta com uma dançarina, e os crescentes desejos por uma existência comum o atormentam tanto, que ele decide deixar o templo, e ir viver na cidade, para trabalhar, se casar e constituir família.

Samsara, 2001

Direção: Nalin Pan




Samsara (sânscrito-devanagari: संसार: , perambulação) pode ser descrito como o fluxo incessante de renascimentos através dos mundos.
Na maioria das tradições filosóficas da
Índia, incluindo o Hinduísmo, o Budismo e o Jainismo, o ciclo de morte e renascimento é encarado como um fato natural. Esses sistemas diferem, entretanto, na terminologia com que descrevem o processo e na forma como o interpretam. A maioria das tradições vê o Samsara de forma negativa, uma condição a ser superada. Por exemplo, em algumas linhas do Budismo, assim como na escola Advaita de Vedanta hindu, o Samsara é visto como a ignorância do verdadeiro eu, Brahman, e sua alma é levada a crer na realidade do mundo temporal e fenomenal.
Já algumas adaptações dessas tradições identificam o Samsara (ou sa sâra, lit. "seu caminho") como uma simples
metáfora.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.




"A essência dos ensinamentos do Buda consiste em que, apesar de a prática formal poder nos ajudar a desenvolver a experiência direta da vacuidade, da sabedoria e da compaixão, essas experiências não fazem sentido a não ser que possamos sustentá-las em todos os aspectos da vida cotidiana. Porque é enfrentando os desafios da vida cotidiana que podemos de fato medir o quanto nos desenvolvemos na paz, na consciência e na compaixão."


Fingi na hora de rir





(...)

Pois eu, eu só penso em você
Já não sei mais porque
Em ti eu consigo encontrar
Um caminho, um motivo, um lugar
Pra eu poder repousar meu amor

Quantas horas mais vão me bater até você chegar?
Aqui meu lar deixou de ser aquilo que um dia eu construí
E eu fico sozinho, esperando pra trazer você para mim
Sofro por saber que não sou eu quem vai te convencer
Que cada dia a mais é um a menos pro encontro acontecer
E eu fico sozinho, esperando por você, meu bem-querer

Pois eu, eu só penso em você
Já não sei mais porque
Em ti eu consigo encontrar
Um caminho, um motivo, um lugar
Pra eu poder repousar meu amor


Los Hermanos
Composição: Marcelo Camelo



Pablo Neruda



POEMA XVII
Pablo Neruda

Não te amo como se fosses rosa de sal,
topazio ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas escuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce
e leva dentro de si, escondida, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor
vive obscuro em meu corpo
o apertado aroma que nasceu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem de onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei te amar de outra maneira,
senão assim deste modo em que não sou nem és,
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se cerram teus olhos com meu sono.

Sim



Nando Reis
Composição: Nando Reis


SIM
Desde que eu te vi
eu te quis
Eu quis te raptar
Eu fiz um altar
Pra te receber


Como um anjo
Que caiu
lá do céu
Não estava voando
Andando
Distraiu-se


SIM
E agora?
Eu quero voltar lá do céu
Eu quero estar de volta
Eu quero ter você quando estiver de volta
Eu quero você para mim
Não dou
Pra ficar só, sim


Inutilidade


"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um ultimo recurso, não fazer mais nada. Por isto digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não façamos esforços inúteis, pois o amor nasce espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Ás vezes, é inútil esforçar-se demais... nada se consegue; outras vezes nada damos e o amor se rende a nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos a quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho: o de nada mais fazer."


Clarice Lispector
Conto "Inutilidade"

sábado, 1 de março de 2008

hai cai



Sem rodeios
imagino o céu
eu e você no meio


Apago a luz do quarto
Fico na escuridão
Seus olhos me iluminam então

...




nem tudo está perdido
e o que foi perdido,
jamais aqui estivera,
aquilo que descobri,
comigo sempre estará...
Se for perdido, não era descoberta.

Caravana



Lá vem a caravana
com seus animais e acrobatas
as tochas de alegrias
as acrobacias com tristeza
a dor em uma corda de aço
tentando se equilibrar com
a destreza da solidão
enquanto a caravana
monta seu circo,
seus personagens passeiam pela cidade
distribuindo sonhos
contabilizando ilusões

minha alma presa no picadeiro
escondida na lágrima do pierrô
corre... corre... em voltas.


espera pelo final do espetáculo

Insensatez







É madrugada
Enquanto o mundo gira
Atravesso a estrada da sorte
Meus passos ecoam
Pelo silêncio da noite maldita,
Minha sombra se confunde com outras sombras
Meus suspiros são sinais de insatisfação
A lembrança dos “ais” mal resolvidos
São só lembranças que se dissolvem
Na dor e na paixão
Uma garrafa de vinho em minha mão
Uma taça
Transbordando de desespero minha boca,
Aperto a taça contra o peito
Estilhaçando-a contra o meu
Duro coração.
Não sei se o que bebo é sangue ou vinho
Se essa embriagez
É do álcool ou da dor
Me jogo sobre a calçada,
Os olhos turvos não enxergam
A mente insana delira
O que fiz da minha vida?
O que resta a ser vivida?
Amanheço com a manhã
Que vem surgindo,
Pego a minha garrafa
E meu duro coração,
Já é dia
E enquanto o mundo gira
Vou voltando pela estrada da sorte...

Para meu amor



Suponho que serei feliz um dia.
Suponho

Não tenho a certeza de dias felizes

Tenho os planos

A dúvida que carrego não é negativa
por vezes sinto-me tentada a acreditar
que tudo será um mar de rosas
Apenas suponho

Suposições à parte

Sento-me no banco
Na varanda da minha casa

Não sinto nada
Além de suposições

Supus algum tempo atrás
Traí minha suposição
Acreditando nela

Não deu-se o esperado
Também
Supus errado.

O que é o ser humano II






O que é o ser humano? E sim, realmente uma pergunta difícil de responder. A indagação leva a reflexão, por isso, mesmo que saibamos que a resposta é demorada (quando não impossível de se encontrar), devemos nos questionar sempre.
Questionar-se e refletir sobre si mesmo é o maior ato de humildade do ser humano. Julgamos melhor, quando sabemos julgar a nós mesmos. Não digo julgar, no sentido de decidir se está certo ou errado, punindo ou não, mas no sentido de conhecer e se ver como em um espelho.
O fato não é tentarmos compreender o outro. Compreender a si mesmo é o mais importante. Naturalmente estamos fadados a este tipo de interpretação, pois só vemos o outro. Não enxergamos a nós mesmos. Tentamos entender os porquês de atitudes alheias, os porquês de tais medos, anseios e sonhos. Porém, a alma humana é semelhante. Entender a si mesmo já é o bastante.

A liberdade é azul



Trois colleurs: bleau

“... é preciso agarrar-se a algo...”

Liberdade – Faculdade de cada um se decidir ou agir ou agir segundo a sua própria determinação. 2. Estado ou condição do homem livre. 3. Confiança, intimidade (às vezes abusiva).

Livre – Que não está sujeito a algum senhor. 2. Que não está, ou já não está, prisioneiro, solto. 3. Desprendido, solto. 4. Que age pro si mesmo, independente. 5. Que goza dos seus direitos civis e políticos. . cujo funcionamento sem coerção ou discriminação é garantido por lei. 7. Permitido, autorizado. 8. Isento. 9. Disponível, desocupado. 10. Desimpedido, desembaraçado. 11. Que não está casado. 12. Desregrado, licenciosos. 13. Sem limites; imenso.
(Dicionário Aurélio)


A idéia de LIBERDADE por vezes nos toma, e está presente em nossos discursos cotidianos. Mas será que tal conceito poderia ser tomado como uma ação, ou essa suposta ação estaria relegada ao plano das idéias?
Liberdade sempre gira em torno da escravidão, pessoas que não possuem o direito sobre suas próprias vidas. Elas sonham com a LIBERDADE. A escravidão foi abolida. Não existem mais escravos em nosso mundo. Não existem?
Ao nascermos mantemos um vínculo com o mundo de forma que nossa liberdade, desde este instante, já nos é privada. O conceito de liberdade cai por terra desde ali. Dificilmente nos desprenderemos de objetos, pessoas, recordações, que nos fazem presos um ao outro.
O vínculo carrega em si uma espécie de prisão, em que já não somos donos de nós mesmos, nem agimos “segundo nossa própria determinação”, pois sempre o outro “o vínculo”, está ali em diversas relações: filial, maternal, paternal, profissional, sentimental. Sempre temos algo que “poda” nosso conceito de Liberdade. Esse vínculo é necessário à nossa sobrevivência, “... é preciso agarrar-se a algo...”, para termos segurança, para sermos completos temos que achar nossa cara-metade. È essa a idéia que compramos e a qual mantemos até hoje.
Desta maneira a liberdade é uma utopia, pois estamos desde nosso primeiro sopro de vida dependendo de algo ou de alguma coisa.





Qual a razão para tudo isso?
Para que mexer nas minhas coisas
Procurando o quê?
Você não vai encontrar o que se perdeu
Nem o que você quebrou.

Algumas coisas não tem conserto
Alguns sentimentos, mesmo perdoados
Não são os mesmos.
Trazem em si a cólera dissipada
O rancor pisado
A mágoa.

Tudo é aparente
Você vê, eu vejo.
Onde está a discussão, a solução do problema?

Entrelinhas do acaso,
Não adianta se esconder
Nessa brincadeira, vamos ser pegos
E não adianta tentar escapar do que não tem
Escapatória.

A única razão para isto
É a falta de razão.

Truco






Jogo de malandro. O truco é um dos jogos mais fantásticos que já presenciei. Os fanáticos que me desculpem, mas o truco é um jogo engraçado e divertido e não deve ser levado tão a sério. De uma bagunça imensa transforma qualquer reunião familiar ou qualquer encontro de amigos numa confusão descabida.
Aprendi esse jogo em uma noite e acredito que nunca mais deixarei de jogá-lo. Meus amigos pacientemente me ensinaram a técnica, porém a malandragem deve ser inata. Toques, sinais, percepção... Tudo à flor da pele. É um jogo de comunicação visual e de atordoamento oral. Ganha quem leva mais no grito, quem leva mais na cara de pau.
Meus parceiros me aceitaram (ou tiveram que aceitar, já que não havia outra opção) no grupo. Nunca na vida encontrarão uma parceira como eu. Nunca. Nunca encontrarão uma parceira que truca na mão de onze. Sério. Cometi um erro mortal, mas quem nunca cometeu um erro assim na vida?
Percebi que a vida é um grandioso jogo de truco. Analisei isso aquela noite enquanto jogávamos. A vida deve ser levada à sério? Devemos arriscar as jogadas mais toscas?
Às vezes, por medo, perdemos o zap. Sem medo de perder trucamos o jogo com um quatro de ouros. Descartamos nossa melhor carta para o amigo finalizar, descartamos nossa melhor carta para confundir o adversário.
Quando em nossas vidas medíocres arriscamos nossas cartas inferiores? Eu não me atreveria.
Analogamente, a vida é um jogo. Tentarei vivê-la como um grande jogo de truco: Meus amigos, parceiros de jogo, darão as coordenadas e, quem dará as cartas? Meus adversários. Sempre eles nos dão as cartas. Observá-los é um ponto muito importante, analisá-los, saber a hora do blefe, saber quando se diz a verdade. Não fuja dos adversários.
Perceba. No jogo você nunca está do lado do parceiro e sim do adversário. Preste atenção. Não tenha medo de trucar, de retrucar, de pedir doze.Lembre-se sempre que a última partida é no escuro e de olhos fechados.