Centro Cultural São Paulo exibe filmes sobre a ditadura militar
Ciclo gratuito acontece entre os dias 2 e 7 de janeiro
Ciclo de documentários produzidos durante o período militar conhecido como Os anos de chumbo. Apoio: Fundação Padre Anchieta Centro Paulista de Rádio e TV Educativas – Centro de Documentação, TV Câmara, Cinemateca Brasileira e Tatu Filmes.
Todas as projeções têm suporte em DVD.
SÉRIE CONTOS DA RESISTÊNCIA
1º EPISÓDIO – ESTUDANTES E IGREJA
(Brasil, 2004, 29 min). Produção: TV Câmara. Dir. geral: Getsemane Silva. Dir.: Getsemane Silva e Guilherme Bacalhao.
Retrato da atuação de estudantes e de membros da Igreja Católica contra a ditadura militar, a partir de relatos de presos políticos e de vítimas do regime.
2º EPISÓDIO – O CONGRESSO NACIONAL
(Brasil, 2004, 30 min). Produção: TV Câmara. Dir. geral: Getsemane Silva. Dir.: Glória Varela.
As relações políticas entre o Congresso Nacional e os governos militares.
/ Apresentações seguidas. Dia 2, 16h. Dia 4, 18h
CABRA MARCADO PARA MORRER
(Brasil, 1964-1984, 119 min, suporte excepcionalmente em 35mm). Dir.: Eduardo Coutinho.
A vida do líder da liga camponesa de Sapé, João Pedro Teixeira, assassinado por ordem dos latifundiários.
/ Dia 2, 18h
JANGO
(Brasil, 1984, 17 min). Dir.: Sílvio Tendler.
A carreira e a vida de João Bechior Marques Goulart, também conhecido como Jango (1919-1976), único presidente morto no exílio.
/ Dia 2, 20h
SÉRIE CONTOS DA RESISTÊNCIA
3º EPISÓDIO – IMPRENSA E ARTES
(Brasil, 2004, 29 min). Produção: TV Câmara. Dir. geral: Getsemane Silva. Dir.: Marcya Reis e André Carvalhera.
O anúncio do AI 5, época em que se decretou a censura prévia em jornais, emissoras de TV e espetáculos culturais de música, teatro, entre outros.
4º EPISÓDIO – OPERÁRIOS ALIAM LUTA PROFISSIONAL E POLÍTICA
(Brasil, 2004, 29 min). Produção: TV Câmara. Dir. geral: Getsemane Silva. Dir.: Getsemane Silva.
A luta dos operários e dos líderes sindicais da região do ABC Paulista contra a falta de liberdade, e a reivindicação por melhores salários e condições de vida.
/ Apresentações seguidas. Dia 3, 16h. Dia 5, 16h
A OPINIÃO PÚBLICA
(Brasil, 1967, 65 min). Dir.: Arnaldo Jabor.
Primeiro longa-metragem que analisou corações e mentes da classe média brasileira, logo depois da “revolução” militar de 1964.
/ Dia 3, 18h
DEBATE: ANOS DE CHUMBO – O PAPEL DO DOCUMENTÁRIO E DO DOCUMENTARISTA
Debate entre Renato Tapajós (escritor de livros sobre política e diretor de filmes como Linha de montagem, de 1981; e Em nome da segurança nacional, de 1984) e Fernão Pessoa Ramos (professor do departamento de cinema da Unicamp e autor de livros como Afinal... o que é documentário, de 2008). Mediação: Luiz Felipe Miranda (pesquisador de cinema e autor de livros como o Dicionário de cineastas brasileiros, de 1990).
Na seqüência, será exibido o filme Em nome da segurança nacional (veja sinopse abaixo).
/ Dia 3, 20h
EM NOME DA SEGURANÇA NACIONAL
(Brasil, 1984, 48 min). Dir.: Renato Tapajós.
Reunião de materiais de arquivos e reconstituições ficcionais, além de depoimentos de sindicalistas processados pela Lei de Segurança Nacional e de presos políticos.
/ Dia 3, após debate
LIBERDADE DE IMPRENSA
(Brasil, 1968, 25 min). Dir.: João Batista de Andrade.
Os aspectos do problema da liberdade de imprensa no Brasil entre os anos 1964 e 1967, desde os aspectos ideológicos até os relativos ao poder econômico, capital estrangeiro e censura política.
ÍNDIOS – MEMÓRIAS DE UMA CPI
(Brasil, 2002, 32 min). Dir.: Hermano Penna.
A situação contemporânea dos índios e dos parlamentares do Congresso Nacional, comparando com os tempos em que foi realizado o curta-metragem CPI do índio (1968), do mesmo diretor.
AI-5, O DIA QUE NUNCA EXISTIU
(Brasil, 2001, 56 min). Dir.: Paulo Markun.
Após mostrar o contexto político dos anos 60, com passeatas, greves e prisões, o filme aborda as razões pelas quais foi decretado o AI-5.
/ Exibições seguidas. Dia 4, 16h
NO OLHO DO FURACÃO
(Brasil, 2002, 52 min). Dir.: Renato Tapajós e Toni Venturi.
A história dos militantes da luta armada brasileira e como viviam na clandestinidade.
CAPARAÓ
(Brasil, 2006, 77 min). Dir.: Flávio Frederico.
A primeira tentativa de luta armada contra o regime militar no Brasil pós-64.
/ Exibições seguidas. Dia 4, 20h
TEMPO DE RESISTÊNCIA
(Brasil, 2003, 115 min). Dir.: André Ristum.
O regime militar desde o comício do presidente João Goulart até o dia da anistia, abordando os reflexos da ditadura em todo o Brasil.
/ Dia 5, 18h
NO OLHO DO FURACÃO
Veja sinopse anterior.
HÉRCULES 56
(Brasil, 2006, 94 min). Dir.: Sílvio Da-Rin.
Em 1969, o avião da FAB levou ao México 15 presos políticos para serem trocados pelo embaixador dos EUA, seqüestrado por grupo de revolucionários.
/ Dia 5, 20h
A LUTA DO POVO
(Brasil, 1980, 30 min). Dir.: Renato Tapajós.
Os protestos populares em São Paulo, de 1978 e 1980, como os Movimentos Contra a Carestia, o das Favelas, o da Saúde; e a greve dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo.
SANTOS E JESUS, METALÚRGICOS
(Brasil, 1978/1983, 60 min). Dir.: Antônio Paulo Ferraz e Cláudio Kahns.
A situação dos trabalhadores, sua relação com o sindicato dos metalúrgicos, a greve operária em São Paulo e o assassinato de várias pessoas durante os piquetes grevistas.
VALA COMUM
(Brasil, 1994, 30 min). Dir.: João Godoy.
Um cemitério clandestino encontrado em São Paulo traz à tona o passado de tortura no país durante a ditadura militar.
/ Exibições seguidas. Dia 6, 16h
LIBERDADE DE IMPRENSA
Veja sinopse anterior.
VLADO – 30 ANOS DEPOIS
(Brasil, 2005, 86 min). Dir.: João Batista de Andrade.
A história do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), assassinado, durante o regime militar, em uma prisão.
/ Exibições seguidas. Dia 6, 18h30
PRA FRENTE BRASIL
(Brasil, 1970, 9 min, suporte excepcionalmente em 16mm). Dir.: Plácido de Campos Junior.
No ano de 1970, em plena ditadura militar, a tensão pela qual passou o país durante a conquista do tricampeonato de futebol no México.
ATO DE FÉ
(Brasil, 2004, 52 min). Dir.: Alexandre Rampazzo.
A atuação dos freis dominicanos em luta contra a ditadura militar e a contradição entre depoimentos de grande parte da alta hierarquia e de religiosos comprometidos com a Teologia da libertação.
VALA COMUM
Veja sinopse anterior.
/ Exibições seguidas. Dia 6, 20h
BRAÇOS CRUZADOS, MÁQUINAS PARADAS
(Brasil, 1979, 82 min). Dir.: Roberto Gervitz e Sérgio T. Segall.
A estrutura sindical brasileira, as greves que eclodiram no meio trabalhista e a campanha eleitoral das três chapas que disputaram, em maio de 1978, a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
/ Dia 7, 16h
LINHA DE MONTAGEM
(Brasil, 1981, 90 min). Dir.: Renato Tapajós.
O movimento sindical do ABC paulista entre 1978 e 1981, com ênfase nas greves de 1979 e 1980, em São Bernardo do Campo.
/ Dia 7, 18h
ABC DA GREVE
(Brasil, 1979/1990, 84 min). Dir.: Leon Hirszman.
A importância do movimento sindical no ABC paulista, as primeiras greves no país desde 1968 e os operários metalúrgicos das grandes fábricas automobilísticas e multinacionais localizadas na região.
/ Dia 7, 20h
Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro... Clarice Lispector
"Sei meditar, sei jejuar, sei esperar (Hesse)
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Receita de Ano Novo!
Receita de ano novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
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