"Sei meditar, sei jejuar, sei esperar (Hesse)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Solidária ou Solitária???


Maria Solidária
Beto Guedes
Composição: Fernando Brant/Milton Nascimento


Eu choro de cara suja
Meu papagaio o vento carregou
E lá se foi prá nunca mais
Linha nova que pai comprou...

Dança Maria, Maria
Lança seu corpo jovem pelo ar
Ela já vem, ela virá
Solidária nos ajudar...

Não fique triste, menino
A linha é tão fácil de arranjar
Venha aqui, venha escolher
Papagaio de toda cor...

A casa estava escura
No vento forte a chuva desabou
A luz não vem, eu aqui estou
A rezar na escuridão e só...

Venho no vento da noite
Na luz do novo dia cantarei
Brilha o sol, brilha o luar
Brilha a vida de quem dançar...

Anõs


Años
(Pablo Milanés)


El tiempo pasa
Nos vamos poniendo viejos
Y el amor
No lo reflejo como ayer
En cada conversación
Cada beso cada abrazo
Se impone siempre un pedazo
De razón

Pasan los años
Y como cambia lo que yo siento
Lo que ayer era amor
Se va volviendo otro sentimiento
Porque años atrás
Tomar tu mano
Robarte un beso
Sin forzar el momento
Hacía parte de una verdad

Y el tiempo pasa
Nos vamos poniendo viejos
Y el amor
No lo reflejo como ayer
En cada conversación
Cada beso cada abrazo
Se impone siempre un pedazo
De temor
Vamos viviendo
Viendo las horas
Que van muriendo
Las viejas discusiones
Se van perdiendo
Entre las razones

A todo dices que sí
A nada digo que no
Para poder construir
La terrible armonía
Que pone viejos los corazones

Porque el tiempo pasa
Nos vamos poniendo viejos
Y el amor
No lo reflejo como ayer
En cada conversación
Cada beso cada abrazo
Se impone siempre un pedazo
De razón

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Seja Você





"Vai sempre ter alguém
Com mais dinheiro, mais respeito
Mais ou menos tudo o que se pode ter

Vai sempre sobrar, faltar
Alguma coisa, somos imperfeitos
E o que falta cega p'ro que já se tem

Eu não te completo
Você não me basta

Mas é lindo o gesto de se oferecer
O que eu quero nem sempre eu preciso
Mas dê um sorriso quando me entender

Seja você
Seja só você"

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Tempo




Um dia a maioria de nós iremos nos separar.

Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim...do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

Vamos nos perder no tempo.

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: "Quem são essas pessoas?"
Diremos que eram nossos amigos e isso vai doer tanto!

Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Rotina





Rotina

“A idéia é a rotina do papel
O céu é a rotina do edifício
O inicio é a rotina do final
A escolha é a rotina do gosto
A rotina do espelho é o oposto
A rotina do jornal é o fato
A celebridade é a rotina do boato
A rotina da mão é o toque
A rotina da garganta é o rock
O coração é a rotina da batida
A rotina do equilíbrio é a medida
O vento é a rotina do assobio
A rotina da pele é o arrepio
A rotina do perfume é a lembrança
O pé é a rotina da dança
Julieta é a rotina do queijo
A rotina da boca é o desejo
A rotina do caminho é a direção
A rotina do destino é a certeza

Toda rotina tem a sua beleza.”

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Já foi ao oftalmologista???



Eu levo o seu coração comigo
e. e. cummings

eu levo o seu coração comigo (eu o levo nomeu coração)
eu nunca estou sem ele (a qualquer lugar que eu vá, meu bem, e o que que quer que seja feito
por mim somente é o que você faria, minha querida)

tenho medo

que a minha sina (pois você é a minha sina, minha doçura)
eu não queronenhum mundo (pois bonita você é meu mundo, minha verdade)
e é você que é o que quer que seja o que a lua signifique
e você é qualquer coisa que um sol vai sempre cantar

aqui está o mais profundo segredo que ninguém sabe
(aqui é a raiz da raiz e o botão do botão
e o céu do céu de uma árvore chamada vida, que cresce
mais alto do que a alma possa esperar ou a mente possa esconder)
e isso é a maravilha que está mantendo as estrelas distantes
eu levo o seu coração

( eu o levo no meu coração)

(Tradução: Regina Werneck)

Não adianta fingir!!



Composição: Lulu Santos / Nelson Motta

Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar

domingo, 21 de setembro de 2008

...








"É uma pena a senhora andar por aí fatigando seus olhos pelo mundo. Devia era, logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa as rugas."

Mia Couto

Onde os Fracos não tem vez




"(...)É que todo o tempo que você gasta tentando recuperar o que lhe foi tirado, outras coisas saem pela porta(...)."

Um filme ganhador de 04 oscars. Eu esperava outro tipo de filme. Não imaginaria esse filme (se o tivesse visto antes do Oscar) como um dos selecionados. Não é típico dos filmes hollywoodianos.
Pode ser considerado um clássico. Diálogos absurdamente fortes e simbólicos. Personagens caricatos da sociedade. Aula de antropologia.

A primeira vez que eu assisti, pensei: "Bom, e aí?", com uma boca entreaberta, esperando alguma coisa acontecer.Posso dizer que o filme é tudo aquilo que ele não é, ou seja, deve ser entendido nas entrelinhas. Fuja do óbvio. Ao menos foi assim que eu pensei ao assistí-lo uma segunda vez. E deu certo.

O Médico e os Monstros




Assisti três vezes o espetáculo "O médico e os Monstros" em cartaz no Teatro Popular do Sesi como o grupo LaMínima. Não que eu não tivesse nada para fazer no sábado à tarde, mas eu realmente me diverti com os atores, e o melhor, é de graça.
Particularmente adorei. Engraçada, envolvente, e nos leva a conhecer o romance escocês de Robert Louis Stevenson - O Médico e o Monstro.
Apesar do humor reinante na peça, sempre existe as reflexões, todo nós temos um lado bom e um lado mal. Sublimamos nossa maldade para vivermos em sociedade, como diz meu caro Dr. Jackill, mas temos sempre lá no fundo o desejo de soltar os monstros profundos, bem parecidos com o Dr. Hyde.

Vale parafrasear: De médico e de “monstro” todo mundo tem um pouco.

"O respeitado médico Henry Jeckyll procura a fórmula que isola o mal da alma. Acaba por provocar o surgimento de Edward Hyde, um ser repulsivo que não hesita em praticar as piores maldades contra os outros. Entre o médico e o monstro, que mora em sua alma, circulam personagens como a doce Emily, a assanhada Charlotte, o criado Poole, o advogado Utterson e o político Lanyon.

Ao longo da comédia, os personagens revelarão seu lado oculto, mostrando que mal e bem coexistem em todo homem."

Local: TEATRO DO SESI - SÃO PAULO
Temporada De 23/08 a 14/12
Sábados e domingos, às 16h
Duração: 75 minutos
Gênero: Comédia

Nascidos em Bordéis



Nascidos em Bordéis (Born Into Brothels: Calcutta's Red Light Kids) é um documentário, ganhador do Oscar 2005(melhor documentário), um filme emocionante que permanece preso dentro da gente.

Ele trata do trabalho da fotógrafa Zana Briski, no Distrito da Luz Vermelha em Calcutá - India, que após realizar um trabalho com as prostitutas do local, decide dar aulas de fotografia para um grupo de crianças nascidas nesses bordéis. O forte apego emocinal, e a tentativa de proporcionar algo novo e benéfico na vidas dessas crianças, fez com ela se propusesse a conseguir escolas para essas crianças terem um futuro diferente deste já meio que premetitado: as meninas prostitutas, os meninos, trabalhos desumanos. Existe um forte preconceito contra essas crianças que já, notadamente por todos, tem um futuro esfacelado, e porque não dizer, um não futuro.



As falas das crianças são emocionantes. Elas já sabem o fardo que carregarão. E sabem o fardo que carregam. Mas mesmo assim, são crianças. Possuem olhar de criança.
Comparo a realidade dessas crianças indianas com as crianças que vemos todos os dias nas ruas à esmolar aqui em São Paulo e nos grandes centros urbanos.
Muitas vezes, o que falta é oportunidade, uma mão que dê um empurrãozinho, como a fotografa Zana, Tia Zana como eles chamam. Porém, o que vemos durante o documentário não é somente isso, outras forças agem sobre essas situações. Burocracia, a família (que se porta como uma não família).

Vale a pena assistir, e tirar as próprias conclusões.

sábado, 13 de setembro de 2008

No meio do caminho me vi perdido numa selva escura, sem sol e sem saída

Campo de flores
Carlos Drummond de Andrade


Deus me deu um amor no tempo de madureza,
quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.
Deus-ou foi talvez o Diabo-deu-me este amor maduro,
e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.

Pois que tenho um amor, volto aos mitos pretéritos
e outros acrescento aos que amor já criou.
Eis que eu mesmo me torno o mito mais radioso
e talhado em penumbra sou e não sou, mas sou.

Mas sou cada vez mais, eu que não me sabia
e cansado de mim julgava que era o mundo
um vácuo atormentado, um sistema de erros.
Amanhecem de novo as antigas manhãs
que não vivi jamais, pois jamais me sorriram.

Mas me sorriam sempre atrás de tua sombra
imensa e contraída como letra no muro
e só hoje presente.
Deus me deu um amor porque o mereci.
De tantos que já tive ou tiveram em mim,
o sumo se espremeu para fazer vinho
ou foi sangue, talvez, que se armou em coágulo.

E o tempo que levou uma rosa indecisa
a tirar sua cor dessas chamas extintas
era o tempo mais justo. Era tempo de terra.
Onde não há jardim, as flores nascem de um
secreto investimento em formas improváveis.

Hoje tenho um amor e me faço espaçoso
para arrecadar as alfaias de muitos
amantes desgovernados, no mundo, ou triunfantes,
e ao vê-los amorosos e transidos em torno,
o sagrado terror converto em jubilação.

Seu grão de angústia amor já me oferece
na mão esquerda. Enquanto a outra acaricia
os cabelos e a voz e o passo e a arquitetura
e o mistério que além faz os seres preciosos
à visão extasiada.

Mas, porque me tocou um amor crepuscular,
há que amar diferente. De uma grave paciência
ladrilhar minhas mãos. E talvez a ironia
tenha dilacerado a melhor doação.
Há que amar e calar.
Para fora do tempo arrasto meus despojos
e estou vivo na luz que baixa e me confunde.

Chuva Interior

Chuva Interior

Quando saia de casa
percebeu que a chuva
soletrava
uma palavra sem nexo
na pedra da calçada.

Não percebeu
que percebia
que a chuva que chovia
não chovia
na rua por onde
andava.

Era a chuva
que trazia
de dentro de sua casa;
era a chuva
que molhava
o seu silêncio
molhado
na pedra que carregava.

Um silêncio
feito mina,
explosivo sem palavra,
quase um fio de conversa
no seu nexo de rotina
em cada esquina
que dobrava.

Fora de casa,
seco na calçada,
percebeu que percebia
no auge de sua raiva
que a chuva não mais chovia
nas águas que imaginava."

Mário Chamie

sábado, 6 de setembro de 2008

Piedade

Onde Está Você
Renato Braz
Composição: Oscar Castro Neves e Luvercy Fiorini

Onde está você
Se o sol morrendo te escondeu?
Onde ouvir você
Se a tua voz a chuva apagou?

Onde buscar se o coração
Bater de amor pra ver você?

Hoje a noite não tem luar
E eu não sei onde te encontrar
Pra dizer como é o amor
Que eu tenho pra te dar

Passa a noite tão devagar
Madrugada é silêncio e paz
E a manhã que já vai chegar
Onde te despertar?

Vem depressa de onde estás
Já é tempo do sol raiar
Meu amor que é tanto
Não pode mais esperar

"Pra quem não sabe amar
Fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada"

Cazuza - Blues da Piedade

Ilusión


Belíssima música de Marisa Monte e Julieta Venegas. Vale a pena escutar...
Me faz pensar nas ilusões perdidas...





Ilusión
Julieta Venegas


Uma vez eu tive uma ilusão
E não soube o que fazer
Não soube o que fazer
Com ela
Não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei
Eu só sei que ela se foi

Mi corazón desde entonces
La llora diario
No portão
Por ella no supe que hacer
y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz
É a ilusão de que volte
O que me faça feliz
Faça viver

Por ella no supe que hacer
Y se me fue
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue

Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Viver-la feliz
Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque no me dejo
Tratar de ser la feliz
Porque la deje
¿Por que la deje?
No sé
Solo sé que se me fue